Pinto as palavras e no fundo não escrevo.
O cheiro que me invade sou eu. Este sou eu. Aquele que sinto e respiro.
Barulhos de dentro misturam-se assim.
Deixam-me mexido, refeito de mim.
Roçam os dentes por dentro. Mordem presentes. Afastam-se.
Espelho de lua, vida continua. Contínua.
Cidade vazia de si.
E o gelo invade quem quer. Abre-se a ele. Quem o deixa entrar.
Portas abertas. Corrente de ar.
Pinto palavras e no fundo não escrevo.
Desenho, flutuo, mar. Água com gosto e cheiro. Ácido.
Agreste imperfeito. Pretérito que roí. Corroí.
Amor solitário. Assim.
Corroo a escrita como monstro.
Erva daninha. Escrevo o momento. Vivo só.
Enrolo cabelo, enrolo mentiras. Sonoridade bonita.
O belo, o intocável verde. Linda. Lima.
E o espírito vagueia por entre males e aldeias.
Samurai tão só. Espada, manchas. Sabre que invade.
Abre.
O que está fechado.
3 Comentários:
E será que abre ?!!!
Amigo!
Gostei demais deste pintar de palavras.
Já em tempos escrevi coisas parecidas, ideias que vinham e que só eu compreendia e era como dizes, um pintar de palavras.
Abração.
Oi! Você já esteve no meu blog e hoje estou aqui te visitando...
Belas palavras! Gostei do que escreve "... O cheiro que me invade sou eu. Este sou eu. Aquele que sinto e respiro..." Também sinto parecido. Bjos.
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