“Bom dia.” E sentir que o espaço fica mais pequeno.
Sentir que estamos fechados. Sentir que nos estão a invadir. Fechar-se. Apagar qualquer sentimento do rosto, não vá alguém divertir-se a lê-lo.
Baixar o olhar e chegar-se para trás. Desviar os pés, porque o outro não cabe.
Silêncio.
Falta de tudo. Já agora não esquecer de respirar. Pelo menos o essencial. Mas mesmo isso discretamente.
Fixar o olhar num lugar discreto e concentrar-se nele. Não porque é interessante, não porque estamos a olhar, mas porque temos que o ver para não olhar para outro lado.
Levantar o olhar é proibido, a menos que seja para verificar a que ponto se está.
E esperar.
Em silêncio porque há conversas que mais vale a pena não ter. E sair. Um breve aceno com a cabeça basta.
8 Comentários:
"espaço vital", como diria o outro, ainda que num contexto errado... Penso que um dos grandes problemas da nossa civilização é a sobrepopulação... Cidades com mais de 20 milhões de habitantes (São Paulo) não podem ser outra coisa que não um inferno... Se Portugal está a desaparecer, a explosão demográfica no resto do mundo é imparável e o maior problema que a Humanidade hoje enfrenta. E um dos menos cuidados...
Sei bem o que sente... Eu sempre detestei multidões e para mim uma multidão é um conjunto com mais que duas pessoas. Acho que sou um pouco sociopata... Mas não seremos todos?
Hmmmm.... Filho único e tímido.
O Rui Martins também.
Bolas... Eu também.
É impressão minha ou é uma viagem de elevador ?! Se não é...parece mesmo!!!
Beijos amigo Olho.
hm... quando li pela primeira vez não vi o elevador, embora a situação me tenha soado familiar. Mas na segunda leitura pareceu-me definitivamente uma viagem de elevador.
beijos
alguém percebeu!
clarissa, minha amiga como estou feliz! e sim!
e imagina o tormento, visto que tenho de descer 14 andares todos os dias:P hehe.
Reconheci o incómodo...tenho sempre vivido no 8º andar...
Beijocas amigo Olho ;)
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