08 January 2006

Deviam fazer daqueles testes psicotécnicos aos vendedores de cá. "O que é que prefere: um cliente que vem poucas vezes ao seu estabelecimento, mas que encontra sempre o que quer ou um que insiste em voltar, mas que raramente encontra o que quer?"
A segunda opção é o meu pai.

Por onde hei-de eu começar?
O meu pai sempre foi uma figura muito interessante: inicialmente muito distante e perfeccionista e exigente consigo própria... e que teve uma evolução muito engraçada. Alguns dizem que é da idade. Mas o que escrevo agora só o escrevo porque já vejo as coisas de outra forma, já percebo um pouco mais a realidade em que vivo... Não percebo tudo felizmente.
O meu pai cresceu e eu cresci com ele. Falando assim até parece que sou filho de pais adolescentes, mas pensando bem até era, de certa forma - um adolescente de 30 e tais...

Decidi por os pés no mundo às 4 da manhã, verdade foi a cabeça... Fui para casa rapidamente, foi um primeiro parto sem problemas.
Da minha mais pequena infância tenho pequenas recordações e outras imagens que não passam da minha imaginação a conjugar a realidade com historias que me contaram.
Encontro-me por vezes a descrever com a maior nitidez episódios da vida dos meus pais em que nem sequer estava presente ou em alturas em que nem tinha nascido.

Hoje o meu pai decidiu investigar os azulejos da casa de banho... "este está errado" foi como tudo começou. E preciso dizer que se tratam de azulejos de mármore sem desenhos. Passado um bocado já estava com ele a estudar o facto de haver azulejos ao contrário e a discutir qual seria a posição adequada. O meu pai é contagiante.

Em quanto pequeno costumavam-me perguntar, como aos outros putos, a pergunta mais chata e melindrosa que fazem às crianças: "De quem gostas mais: do pai ou da mãe?". Não sei onde é que aprendi o sentido do politicamente correcto, mas respondia sempre que gostava dos dois da mesma maneira.
Agora que penso nisso é capaz de ter sido a minha avó paterna que me veio com essa do politicamente correcto, de todas as maneiras a verdadeira resposta não seria muito apreciada por ela...Tenho a vaga impressão que um dia lha dei, e que ela assentiu como se fosse essa a resposta que esperava e me disse, com aquele ar confidente que me fazia sentir especial: "pois nós gostamos sempre mais da mãe."

4 Comentários:

At 9/1/06 19:05, Blogger Intervencionista disse...

héhéhé... as Familias são sempre complicadas...

 
At 9/1/06 21:35, Blogger Moon disse...

E agora posso fazer-te uma pergunta?
Gostas mais do Pai ou da Mãe?

 
At 10/1/06 01:37, Blogger Intervencionista disse...

háháhá...

 
At 11/1/06 13:30, Blogger Ipslon disse...

eu?! ããã... dos dois axo eu:P
hehe!

 

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