29 January 2006

Sempre detestara o rosa. A cor enjoativa, criança, com ares superiores. “Olhem para mim como sou feliz.” E chegava o dia dos namorados e o tormento atingia o seu auge. Faça-o feliz com Xpto. Ofereça-lhe um perfume, lingerie, doces, telemóveis, carteiras, pantufas. Por todo o lado o suplício.
Imagens, fotografias, sorrisos falsos, desenhos melosos, maldosos, mentiroso. Etiquetas nos rostos. Etiquetas de rostos. Seja como os outros, seja diferente, único e original. Veja como pode ser feliz. Seja assim, tenha isto. Comprar felicidade sob a forma de amor. Tudo isto a deprimia. Fechada em casa sorria sozinha. Vestida de lingerie fina preta com uma taça de champanhe na mão, sorria. Perdida em si. Lembrava-se de quando não estava só. Quando aquela casa, aquele raquítico apartamento, transbordava de vida, de sentimentos, de amor. Calor.
E agora restava a saudade e a humidade da sala. Nostalgia. Estupidamente sorria.
Os dedos descalços enroscavam-se sem pensar. E o champanhe borbulhava esperando ser bebido.

- Vá lá, deixa-me entrar!
- Não! Desta vez sou eu sozinha.
- Pelo menos destranca a porta!
- Não! Depois tu entras às escondidas! Vai-te embora!
- Não te demores!
- O que é que é este barulho todo?
- Oh, é a Catarina que quer tomar banho sozinha e não me deixa entrar.
- Deixa-a estar, já é crescidinha – aproximou-se e abraçou-a.
- Sim, mas vai-se por a gastar água que nem uma maluca – afastou-se ligeiramente e gritou – Não gastes muita água!
- Está bem!
Carlos voltou a apanhá-la devagarinho.
- Vá lá – passou-lhe os dedos pelo pescoço. – Não te preocupes, - desceu até à curva dos seios – até temos um tempinho para nós.
Marta olhou para o marido com relutância. Ele riu-se. Agarrou-a pela cintura e levou-a às costas, como um saco de batatas, até ao quarto, ignorando os seus gritinhos histéricos de criança divertida.

- Catarina, já está? Acaba com isso, estás a gastar imensa água!
A água continuava a chover dentro da casa de banho.
- Catarina abre a porta imediatamente! – Carlos aproximou-se. – Ela não abre a porta. Catarina!
- Ela não deve ouvir por causa da água. Não tens outra chave?
- Não – uma nota de pânico nascia na voz dela. – Ai Carlos , abre a porta!
- Oh Marta não consigo abrir a porta sem a chave!
- Arromba-a!
- Tens a certeza?! A miúda está bem.
- Não está nada! Abre a porta!
Carlos reparou numa mancha de tinta na zona metálica do buraco da fechadura. Ainda se lembrava de ter pintado aquela porta. Agora corria contra ela.
A porta caiu estrondosa. A casa de banho estava inundada de vapor. Catarina estava caída na banheira e a chuva a cair-lhe no rosto.
A chama do esquentador brilhava e um pijama rosa esperava ser vestido.
Marta nunca mais foi capaz de tocar no marido.

27 January 2006

Spineshank - New disease

Grupo: Spineshank
Música: New disease
Album: The height of Callousness

"Now I can take this, everything I know
Realize that I’m nothing I wanted to be
I can never change anything I’ve done
Because it’s the only thing I have left

Blame yourself again for what I didn’t do
Never even knew it was coming from me
It changed the way I felt, the worst is yet to come
Because I have gone too far now

Nobody
Changed my mind
And it leads me to a new disease
Somebody
Let it die
But it still becomes a new disease

Is this all worth what this has done to me
Watered down my senses and turned them on me

Fuck morality and everything I know
If I didn’t hate this than I couldn’t cope
Impersonate myself for what I used to be
Denial is all that’s left now

Nobody
Changed my mind
And it leads me to a new disease
Somebody
Let it die
But it still becomes a new disease

Seething in my head
I’m suffering instead
I can’t remember why
This meant so much to me

Doubt
Did I ever want this?
It’s all I could’ve been, it’s all I would’ve been
Doubt
Did I ever want this?
It’s all I’ve ever been, it’s all I’ll ever be

Seething in my head
I’m suffering instead
I can’t remember why
This meant so much to me

Nobody
Changed my mind
And it leads me to a new disease
Somebody
Let it die
But it still becomes a new disease"


Mais um sacanço que proponho. Mais pesadito como tinha avisado. Desta vez com uma nota de ironia, estando eu doente.

Como sacar? Clicar no título, e depois escolher quando aparecer "Select your download:" "Free".

26 January 2006

Sentiu a brisa suave percorrer-lhe o corpo. Fria, nua, sozinha no quarto da janela aberta, suspirava a vida e o mundo. como nunca o fazemos, como nunca o sentimos. Momentos de doce nirvana. Fechou os olhos para saborear o momento. Sentiu um calor peludo roçar-lhe na perna. O Mitsu ronronava suavemente fazendo-lhe caricias com o corpo quente. E a vida era tudo. Era brilhante e resplandecente. Era tudo o que mais se queria. Era a vida. Acreditar em si, ser-se si mesmo sem medo. Era a fé.
Era o ser.

Divagar sobre o que está escrito.
Roer o infinito.
Olhar para um mundo imperfeito,
e ouvir o sorriso da água.

Não me está a sair nada de jeito hoje. estou doente e a mente parece não reagir. Por cima sobram os restos da um espírito cansado e adormecido pela constipação. Mesmo assim as palavras brotam.

22 January 2006

Já estava preso há um ano. Há um anos que estava por trás das grades. Há um ano que a luz do sol era vista às riscas. Há um ano que andava à volta no espaço pequeno. Que repetia as mesmas palavras. Que ouvia as mesmas conversas. Que era denegrido, gosado, ridicularizado. Há um ano que não vivia. Mas antes, ... O que é que tinha antes? Não muito mais, pensava. Afinal sempre tinha feito parte daqueles que nunca foram livres. Aqueles cujo o mundo se reduzia às suas pequenas vidas insignificantes, controladas por outros. E os olhos verdes chorosos nunca haviam de mudar alguma coisa.

O homem de cinza aproximou-se por de trás das grades. Sorriu. Sempre o fizera para ele. Passou uma bolacha para dentro das grades e riu-se vendo o corpo da sua vítima correr para a apanhar. Comeu depressa apanhando todas a migalhas do chão imundo. Quando a fome aperta, não há que ser esquisito. Não via comida há semanas. Semanas. Poucos sabem o que é a fome. A verdadeira fome. O estômago a destruir-se com os próprios ácidos, a língua seca que pouco a pouco perde a sensibilidade aos sabores, as tonturas de morte e a fragilidade.

O homem contemplava-o, de certa forma fascinado. “Olá”- disse com aquele sorriso parvo estampado na cara. Vendo que não lho era retribuído insultou-o. Virou-lhe as costas afastando-se.

Sempre tivera medo do Cinza, mesmo assim recusava-se a falar com ele. Mas agora que a fome o roía, os princípios já não tinham grande importância.
“Olá”
O homem virou-se. “Tu falaste?” Olhava para ele como se fosse um prodígio da natureza. Ele por sua vez olhava para o Cinza implorando mentalmente que aquela palhaçada lhe desse algo para comer.
“Falaste, não falaste? Olá!”
“Olá” respondeu friamente, amaldiçoando-se por ter aberto o bico.

“Maria! Vem cá ver! O papagaio fala!”

21 January 2006

Música + Caixa de lápis de cor + Folha branca =
Coisas giras que me saiem de vez em quando...

20 January 2006

Ouvi hoje que o bin laden anda outra vez a mandar mensagens aos americanos. Ameaça mais ataques e propõe um período de trevas. Resposta dos americanos: nós não negociamos com terroristas, nós destruimo-los. Jaques Chirac (presidente da França) ainda meteu o bedelho e disse que não teria qualquer problema em usar armas de destruição maciça contra os terroristas ou qualquer outros gajos que quisessem atacar a França com armas de destruição maciça.

Também o francês é parvo, ta a espera de que? ainda vê o país a explodir...

O que eu peço é que aqui os nossos fantoches mantenham a bolinha baixa qué pa não apanharmos com isto em cima.

19 January 2006

Os nós dos dedos das mãos de António já deviam estar habituados àquele frio agreste e ao trabalho pesado que lhes infligia. Estupidamente a pele escamava.
Largou a pá que caiu ruidosamente na terra. Era cada vez mais difícil aguentar aquele trabalho. Especialmente desde que a sua mulher tinha desaparecido. António não aguentava estar sozinho. Abriu a braguilha contente por saber que se ia vingar. Era uma vingança pessoal, porque não se podia tratar de um crime se a vítima não estava consciente, pois não?

Era estanho voltar a nascer. Era estranho voltar a viver. Abriu os olhos para os fechar de seguida. Era demasiado penoso tentar perceber o que estava ali a fazer. Insistiu consigo própria e voltou a olhar. Sim, só podia ser um hospital. Um ritmo de beeps marcava o compasso e vozes ecoavam no corredor. Um quarto branco e nu. E ela ligada a máquinas, a muitas máquinas, demasiadas. Quando estava prestes a arrancar o tubo que tinha na garganta, a porta abriu-se. Uma mulher de verde entrou.
- Não, não! – gritou; não foi bem gritar, foi mais berrar – O que é que pensa que está a fazer? Não arranque isso! Pare quieta!
Correu para a cama e puxou-lhe bruscamente o braço para baixo. Depois virou-lhe as costas e pegou num telefone branco, como o quarto.
- Sim, ela já acordou. Venha depressa, tenho medo que a maluca tente arrancar o tubo do ventilador outra vez. Sim, quando entrei. Está bem.
Chegou-se perto da cama e colocou mais uma almofada atrás das costas da paciente. Gestos bruscos, maquinais, de maneira absurdamente fria.

A porta não tardou a abrir de novo. Desta vez a companhia era maior. Dois homens. Um de bata branca e outro de casaco castanho. Uma mulher. Alta e elegante, mas roída pelos anos ingratos da vida.
Correu para ela e chamou-lhe filha. “Filha...? Ela é minha mãe? Então o outro deve ser o meu pai.”
- Como é que te sentes minha querida? – a ânsia daquela mulher quase de se cheirava no ar. Via-se, sentia-se, a voz tremia.
- Ela tem um tubo pela goela abaixo, achas que consegue falar? E também que raio de pergunta. Se tivesses tu um tubo metido na garganta, como é que te sentias...?
A mulher olhou para trás com um ar reprovador, ao qual o marido respondeu com um revirar de olhos.
- De facto, a paciente está incapacitada de falar. Suponho que posso desligar o ventilador durante um bocadinho, as constantes estão estáveis. – aproximou-se da cama – Vai tossir quando eu puxar, está bem?
Clara tossiu e vomitou. Vomitou de estômago vazio. Um cheiro nauseabundo e ácido invadiu de vagar o quarto. Ao menos o tubo já não lhe estava na garganta.
Pigarreou.
- Que dia é hoje?
- Querida tu tiveste um ataque cardíaco à dois dias. Na verdade, tu morreste à dois dias atrás. À noite depois do enterro recebemos um telefonema do coveiro em pânico a dizer que tu tinhas acordado. – fez uma breve pausa para verificar que a filha assimilava tudo o que lhe era dito, mas também para recuperar ela mesma do que tinha acabado de dizer – Tens estado a dormir desde então.
Lembrava-se de um homem com um bigode mal cortado e a boina rota. Ele estava a sorrir. Era uma imagem de poucos segundos, mas era aquilo que mais claro estava na sua mente...
Não se lembrava de mais nada. Espera! Havia mais qualquer coisa. Sim, um momento! Uma apoteose e depois, nada.

Clara voltou para casa umas semana depois. Amnésia, perturbações psicológicas e agressões verbais recorrentes.Nove meses mais tarde deu à luz um rapaz. Com 15 anos, virgem, Clara deu à luz um rapaz.

18 January 2006

Apetece-me ouvir música...

Nonpoint - Your Signs

Grupo: Nonpoint
Música: Your Signs
Album: Development

"Gotta make the list of what is best
gotta make the fist and beat against
have to leave an impression
do you have a suggestion?
i'm all out of good ideas
the ones you have always put into your ears
with all you care to share
how did i end up here?

your signs are pointing to nowhere
that's exactly where i won't go
your signs are pointing to nowhere
and no one that i know
will ask all you care to show me
care to show me

gotta make the list of what is best
gotta make the fist and beat against
have to make this perfectly clear
i'm not waiting for one million years
for us in general
you make the chemical
situation i put us in
unfamiliar in foreign land

your signs are pointing to nowhere
that's exactly where i won't go
your signs are pointed to nowhere
and no one that i know
will ask all you care to show me

how would you like me
where would you like me to be
and could you make me worry
just a little more
the way you look at me confuses me
even with you next to me

your signs are pointed to nowhere
that's exactly where i won't go
your signs are pointing to nowhere
and no one that i know
will ask all that you care to show me
your signs
your signs (care to show me)
your signs
care to show me
care to show me
i won't go"

Quem quizer ficar com a música é só clicar
Aqui, e depois escolher quando aparecer "Select your download:" "Free".

Esta é a primeira música que aqui ponho, começo portanto com uma música soft. Se puser mais sou capaz de por um bocadinho mais pesaditas, progressivamente...

Que giro! Devo gostar muito verbo olhar! Já são três posts sucessivos que começo com o verbo em questão:

"Olha deu-me pa publicidade!"
"Olhei para os teus olhos"
"Olhou pela janela e sentiu o frio lá de fora gelar-lhe o espírito."

Mais um antigo...

"Olha para mim e diz-me o que vês."

Engraçado.

Ps: aspas a mim mesmo ahah

17 January 2006

Olhou pela janela e sentiu o frio lá de fora gelar-lhe o espírito. Afastou-se depressa fechando as cortinas com cuidado para que o calor do aquecedor não fosse dissipado. A máquina de lavar fazia o seu barulho característico e a roupa afogava-se lá dentro. Eram os únicos sons naquele espaço frio.

Nunca ninguém vinha lavar roupa tão cedo. Instalou-se num banco plástico cor-de-laranja. Num dos bancos plásticos cor-de-laranja. Todos eles alinhados numa métrica estupidamente mal enjorcada. Tal como as máquinas, umas mais à frente , outras mais atrás. Eram estes estúpidos detalhes que mais enervavam Cláudia.

Passou a mão pelo cabelo e coçou o crânio. A estúpida da água de casa, demasiado calcária, dava-lhe cabo da cabeça. Literalmente. Provocava-lhe caspa e uma comichão atroz, assim como lhe dava cabo da roupa. Ela girava. Às 5h da manhã a roupa girava numa máquina. Com os olhos, Cláudia seguia o bailado aquático através da superfície plástica transparente.

A campainha da porta tocou e esta abriu-se. Uns sapatos de vela gastos, cabelo preto espintalgado de prata e um sobretudo verde, foram as últimas coisas que Cláudia viu.

Ninguém a procurou, ninguém se preocupou e o homem da lavandaria juntou mais umas peças de roupa esquecidas à sua colecção. "Olha a Mariana vai gostar deste casaco. Não sabia o que lhe dar pôs anos, olha problema resolvido."

16 January 2006

Olhei para os teus olhos,
senti que me perdia.

Quanto mais olhava,
mais neles mergulhava
mais neles acreditava
mais neles me perdia.

Afogo-me em ti,
Princesa
Não sei nadar
Oceano, mar...

Perco-me em ti,
Princesa
Não hei-de voltar
Ver, esquecer...

Que doce esse teu olhar

Agora só me resta esperar.
Enquanto o piano não toca
e enregela as teclas por dentro
Enquanto o Amor acorda
de tão longo sono de Inverno

Dar tempo àquilo que destrui,
em águas passadas.
Deixar renascer
Deixar viver
Deixar morrer.

Olha deu-me pa publicidade!
Achei um site muito útil!
Pandora. Aconselho-vos a ir espreitar... É um site que ajuda marmejos como eu a achar mais música de que gostam. E deixa ouvir as músicas como deve ser do principio até ao fim, não é como aquelas amostras ranhosas que nem nos deixam tomar o gosto à coisa.

Para mais publicidade mais vale que seja pa mim... Finalmente decidi scanar as fotos e continuar finalmente o
N Fotografias. De momento ainda está em fase de construção, mas mais fotos, sobre tudo a preto e branco hão-de seguir.

Hoje tive um dia muito agradável. Diria mesmo estranhamente agradável. Correu tudo lindamente. E senti-me feliz... (eh pá cuidado qu'isto 'tá a virar um post lamechas!) Assim aquela sensação que tudo nos corre bem, ate pisarmos uma poia na rua. Só que desta vez n houve poia nem nd. Correu tudo às mil maravilhas. Estive aqui a passear na net e descobri uns quantos grupos muito giros. Vou ver se arranjo a musica pa a por aqui.

Olha um post vazio e feliz... Há muito que não via destes... Estranho, muito estranho. Se calhar tou doente... Vou verificar.

13 January 2006

Farto de mãos! Farto de desenhos!

Então como vais? Pergunta banal que puseram a uma amiga minha no outro dia... Ela vira-se para o interlocutor e diz: Como vou aonde?

E é verdade... Aonde vamos? Eu n vou a lado nenhum, tou muito bem aqui.

Tou masé angustiado. Sabem aquela impressão azeda que nos fica nos espirito quando nos desiludem... Pois eu ainda me lembro de ter oito anos e de ver a minha mãe a aspirar a sala ao som do Pedro Abrunhosa. Nada dos suspiros que o gajo faz agora, mas música a sério com ritmo e tudo! Era muito giro ver a minha mãe a dançar e a aspirar. Acho que nunca me vou esquecer desta imagem...
Ora como toda a gente que é gente o Pedro evoluiu. Deixou-se de "Não dá, não dá. Queres fazer amor comigo sem tirar o wonderbra" para "E uma asa voa a cada beijo teu, esta noite sou dono do céu, e eu n sei quem te perdeu." Mudou de estilo é o mínimo que se pode dizer...
Aceitei, porque sendo ele um belo poeta foi até uma evolução positiva.

Ocorreu o meu primeiro choque quando ouvi na tvi uma música que sabia de cor. "Se eu fosse um dia o teu olhar e tu as minhas mãos também. Se eu fosse um dia o teu olhar e tu perfume de ninguém." NUMA NOVELA! Meu deus!! Sempre o tinha tido em consideração e o gajo vende a música a uma chachada da tvi?! 'Tá passado coitado - pensei.

A gota de água foi durante as férias. Fazendo Zaping automático reconheci-lhe a cara. E lá estava ele na tvi outra vez. A cantar para Tora Guedes, Pó Castelo Bege e pa cambada de Bimbos todos da tvi! E não cantava, desafinava pa caramba!! o gajo nem sequer sabe cantar, ele sabe sussurrar. E até já o tinha ouvido numa entrevista a dizer que tinha noção disso. Ora se tem noção, santa paciência, limite-se a sussurrar, caramba! Que os ouvidos existem!

Por causa de um coment do Lord of Erewhon lembrei-me de uma mão já antiga que tinha desenhado. Aproveito para a deixar aqui.Não era minha intenção fazer uma mão de vampiro, (sinto que o Lord me vai dizer que as mãos de vampiro não são nada assim e tal... :P ele é que sabe!) mas saiu assim um bocadinho mais agressiva. Penso que é devido ao tipo de música que estava a ouvir...


Publico então a mãozinha da moon que recebi e a partir da qual fiz o desenho... pa não me virem com coisas de que a mão desenhada parece de homem... n e macaco!? pois pois... isto só animais pa se sairiem com estas coisas!

11 January 2006

Atão aqui o artista (cof cof!) vai explicar o desenhito...
Tudo começou no blog da Moon, em que eu comentei uma imagem com um olho. Por gaff minha referi que costumava desenhar mãos... Ora se não é quando a senhora Moon aproveita a minha desatenção para me tramar. Decide a amável senhora pedir-me um desenho de sua excelentíssima mão. Pedido que eu, claro, que concedi. Para isso recebi na minha caixa de correio electrónico um scan (sim um scan!! isto cabe na cabeça de alguém?! na minha não, deve ser pequena) da mão da moon.
E sonhei... sonhei como é que havia de usar aquele scan num desenho que valesse a pena de ser visto. Sonhei que a mão tentava atingir a lua, a moon. A perfeição, a inspiração, o nirvana, bom tudo o que a moon quiser.
Umas criaturas que a puxam completaram o quadro...E já agora queria dizer que o raio do dedo mindinho me saiu mal, farto de apagar deixei assim!

Tenho o (enooorme) prazer de anunciar aqui com estas guelas que a terra há-de comer que
finalmente acabei a mão da Moon!
tchatchann!

trata-se dum scan e por isso que a imagem está cheia de ruido, mas pronto... espero que gostem e sobre tudo espero que a Moon goste!

09 January 2006

"e não são as hormonas femininas
nem ando apaixonado
nem alucinado
nem drogado
:D
só estou preso a mim mesmo
e é isso que gera toda esta felicidade"

desculpa la dan mas tinha de por isto aqui:P hehe ele vai-me matar de alguma vez vir isto. ahah

Decidi escrever o mesmo dia vivido por personagens diferentes... roubei-os ao livro "Valete de copas e Dama de espadas". Espero que a joanne harris não se importe... hehe

31 de agosto por Henry Paul Chester

Hoje vi-a...
Um rosto angélico emoldurado por cabelos .
Uma cara quase infantil num corpo quase demasiado maduro coberto de azul
Azul das nuvens de inverno que espreitam o fim do verão, ameaçadoras e tranquilizantes
Daquelas que nos dizem baixinho que o ciclo continua...
Passou a comer um gelado
Não a comer, a lamber
num gesto tão seu
num gesto infantil e sensual
E olhava para mim como que a provocar-me
A atiçar em mim tudo o que é carnal
A tentar-me ao pecado
“estás a ver papá
estou a comer um gelado
antes de jantar...”
“porque não fazes o mesmo comigo,
ninguém saberá
eu já sei guardar segredos papá”
parecia que aqueles olhos me falavam...
Dominado pelo demónio deixei escapar
«és muito gira!»
com um ar provocante
com um ar de jovem
como um galo a conquistar uma galinha nova
imagem repugnante
deixar-me levar pela carne
rebaixar-me ao nível de um animal
cujo único objectivo e o prazer imediato
que nem sequer percebe que está a procriar
imagem repugnante

31 de agosto por Mose Zacarias Smith

Hoje vi uma garina na praia. Já era tarde e parecia estar sozinha. Subiu as escadas e passou por mim a lamber um gelado de morango, de forma provocante e sedutora. Olho para mim durante segundos nos olhos, lambendo o gelado e depois limpando a boca devagar com a língua e com os lábios, um gesto de dar arrepios na espinha de tão açulador que era. Nem sabia para onde olhar, se para os lábios cor de carmim com cheiro a morango sedentes de beijos, se para os olhos que me atravessavam como dois punhais mortíferos, com uma certa ironia e desprezo, num sentido perverso de provocação. Atrevi-me a soltar um piropo, não só para a picar e ver a sua reacção, mas também para me desafiar. A resposta foi estranha, mas também tão típica: acho que imaginei perturbação nos olhos dela, não lhe constava no plano eu falar. Continuou a andar como se nada fosse e foi-se sentar num banco com o pai que eu não tinha visto. Rapidamente juntou-se-lhes a avó, a mãe e o irmão.

Com família não me meto.

08 January 2006

Deviam fazer daqueles testes psicotécnicos aos vendedores de cá. "O que é que prefere: um cliente que vem poucas vezes ao seu estabelecimento, mas que encontra sempre o que quer ou um que insiste em voltar, mas que raramente encontra o que quer?"
A segunda opção é o meu pai.

Por onde hei-de eu começar?
O meu pai sempre foi uma figura muito interessante: inicialmente muito distante e perfeccionista e exigente consigo própria... e que teve uma evolução muito engraçada. Alguns dizem que é da idade. Mas o que escrevo agora só o escrevo porque já vejo as coisas de outra forma, já percebo um pouco mais a realidade em que vivo... Não percebo tudo felizmente.
O meu pai cresceu e eu cresci com ele. Falando assim até parece que sou filho de pais adolescentes, mas pensando bem até era, de certa forma - um adolescente de 30 e tais...

Decidi por os pés no mundo às 4 da manhã, verdade foi a cabeça... Fui para casa rapidamente, foi um primeiro parto sem problemas.
Da minha mais pequena infância tenho pequenas recordações e outras imagens que não passam da minha imaginação a conjugar a realidade com historias que me contaram.
Encontro-me por vezes a descrever com a maior nitidez episódios da vida dos meus pais em que nem sequer estava presente ou em alturas em que nem tinha nascido.

Hoje o meu pai decidiu investigar os azulejos da casa de banho... "este está errado" foi como tudo começou. E preciso dizer que se tratam de azulejos de mármore sem desenhos. Passado um bocado já estava com ele a estudar o facto de haver azulejos ao contrário e a discutir qual seria a posição adequada. O meu pai é contagiante.

Em quanto pequeno costumavam-me perguntar, como aos outros putos, a pergunta mais chata e melindrosa que fazem às crianças: "De quem gostas mais: do pai ou da mãe?". Não sei onde é que aprendi o sentido do politicamente correcto, mas respondia sempre que gostava dos dois da mesma maneira.
Agora que penso nisso é capaz de ter sido a minha avó paterna que me veio com essa do politicamente correcto, de todas as maneiras a verdadeira resposta não seria muito apreciada por ela...Tenho a vaga impressão que um dia lha dei, e que ela assentiu como se fosse essa a resposta que esperava e me disse, com aquele ar confidente que me fazia sentir especial: "pois nós gostamos sempre mais da mãe."

06 January 2006

Bah! ainda agora escrevi este texto e já enjoei! este é o meu problema. Se não publico as coisas depressa enjoo. Não, não é com tudo o que escrevo, é só com os textos estúpidos pseudo-melodramáticos que me saiem às vezes... blark não é que enjoa mesmo?

"Hum... A vida continua neste lado do planeta..." ‘Não sei, devo estar com alguma espécie de depressão parola que está na moda.’ pensou contemplando a folha onde escrevia. Onde as letras ingratas, a tinta, eram traçadas, subtilmente pousadas na fibra complexa e branca do papel. Levantou o olhar para o pousar naquilo que o tinha estado a perturbar desde a semana passada. Aquilo que lhe tinha tirado o sono durante noites e noites a fio. Um telemóvel em cima da secretária. Silencioso, por fim. Era o medo de que tocasse. Um medo surdo de que a voz do outro lado voltasse a surgir. Ela. Sempre lá, com falinhas mansas. Com conversas que o iludiam. Que o deixavam nu de espirito. Ela que o consumia. Ela que insistia em voltar. Ela.

Nos seus poucos momentos de lucidez, já tinha pensado em livrar-se d’Ela. De uma vez por todas, porque a primeira tentativa aparentava ser um fracasso. Mas a ilusão voltava a levá-lo para aqueles desertos quentes, para aquelas terras geladas de paixão. E tudo mudava. Ela passava a ser necessária. Como água de um oásis, era indispensável.

Sabia que ia tocar. Tocava sempre. O rádio emitiu o característico som de interferências sonoras “tdd tdd tdd”. E tocou. Durante minutos Manuel não reagiu, continuou a olhar para a folha onde ainda só constava uma frase. Depois de uma breve inspiração atendeu.

Odeias-me? - foi o que ouviu do outro lado.
A verdadeira resposta seria um “Sim” nu e cru, mas a vida já lhe tinha ensinado que a verdade nem sempre era bem-vinda.
Odiei-te durante uma semana, mas agora acho que não. - disse

Tenho antes pena de ti minha tonta. Não vez que estou farto? Farto de tudo o que vivemos, farto de tudo o que insistes em reviver. Farto de todos os telefonemas, farto de todas a conversas que me obrigas a ter. Farto de tudo pelo que me fizeste passar. Farto dos teus pedidos de desculpas. Farto de não saber o que quero, farto de não saber quem sou. Farto daquilo que vejo em ti e farto daquilo que vi em ti. Farto da tua estúpida minúcia, farto da tu esperteza e do teu fogo no olhar. Farto desses cabelos oleosos e do enfático perfume que deixas no ar. Farto, estás a ouvir? Farto! E ainda mal comecei. Tudo o que me fizeste, (porra!) Só me quero é esquecer. Quero lá saber de conversas parvas para esclarecer as coisas! Achas que isso nos vai levar a algum lado?! O mal esta feito, resta esquece-lo!

Foi por tua causa que entrei neste mundo e é por tua causa que não consigo sair. Preso como cão à trela. Um animal enjaulado que quer comer. Mas eu não quero, preciso. Preciso disto para viver! E por tua causa. Por teres voltado, por teres feito pouco de mim pela segunda vez. E digo-te: pela última vez! Estou farto do teu ar bem-disposto e despreocupado; a vida tem muito mais que se lhe diga, minha menina. E estou farto de estar adormecido.

Óptimo então! Vens cá a casa hoje à noite? – era mais uma ordem do que uma pergunta.
Sim.

05 January 2006

Um texto antigo que escrevi há muito tempo em françês. Não sei mt bem porquê apeteceu-me pô-lo aqui...

Monologue d’un fou

Fais en sorte que seul ton ombre soit capable de te voir…
Ne t’arrête surtout pas. S’il y a une chose que je déteste se sont bien les dégonflés. Mais toi tu n’es pas une dégonflée, n’est-ce pas? Ne me trahis pas, fais ce que je te demande, va ma belle. Ne me regarde pas comme si je t’avais demandé de tuer. Tout ce que je t’ai dit de faire c’est par amour. La voilà qui recommence! Arrête, je te dis! Que faut-il faire pour que tu m’écoutes?! Pourquoi t’acharnes-tu à me faire malheureux?! Je te demande seulement de partir! Est-ce si difficile de faire ce que je te dis pour une fois? Jour et nuit tu me suppliais d’être ton maître, je le voyais dans tes yeux! Tu me regardais comme animal perdu qui cherche une raison de vivre. Je te l’ai donnée, ta raison, et maintenant que j’ai besoin de toi, tu veux me laisser tomber?! Non ma belle, cela ne se passera pas comme ça! Tu vas faire ce que je te dis! Tu sais très bien de quoi je suis capable, et tu le sais très bien, je peux te laisser quand je veux. C’est toi la faible ici, et tu en es consciente! Tu ne veux pas l’avouer, c’est tout. C’est bien pour ça que je t’aime. C’est ta faiblesse qui m’a séduit! C’est ton besoin de moi que m’a attiré vers toi! Et c’était beau, n’est pas? Tu t’en es réjouit autant que moi, si pas plus. Tu l’avais trouvé, ton sauveur! Celui que tu recherchais depuis l’enfance. Je le savais, tu le savais. Et tout était parfait, comme dans les beaux livres. En fait, tout l’a toujours été. Sauf que tu ne voulais pas le voir ! Tu t’obstinais à trouver l’erreur, tu t’obstinais à trouver tes parties incomplètes, tu t’obstinais à trouver des raisons pour mon existence au près de toi. Tu, tu, tu! Tu ne pensais qu’à toi, sale égoïste! Moi non plus je ne pensais qu’à toi! Et je me suis oublié… Mais moi j’en ai marre de jouer les héros! Depuis trop longtemps que je ne fais que ça! Tu n’es pas la seule, tu sais? Ne me fait pas cet air de petite fille gâtée! Tu l’as su à partir du moment où tu es rentrée dans ma maison, qu’il y a avait eut beaucoup d’autres avant toi! Tu l’as su, mais tu te l’es nier. Et tu évitais sagement ce sujet de conversation… Tu l’as vue, ma maison, mes moissons, mes poisons. Et tu t’es acharnée à rester. Comme pour te torturer, encore plus. Tu aimes ça, la torture. Tu n’es qu’une sotte. Et il est bien temps que tu partes. Par ce qu’il y en a d’autres qui attendent.

04 January 2006

Pronto, pronto! Já voltei de férias... Acalmem-se lá com o feliz natal! É que se pensarmos bem nisso, porque é que o dizemos?
Feliz Natal! Se formos ver com cuidado até quer dizer “feliz nascimento”. Eh pá mas se eu não nasço à anos porque raio é que me andam a desejar “feliz nascimento”? Nem sequer estou casado para ter filhos. Bom hoje em dia nem e preciso estar casado para ter filhos, mas que eu saiba não há ninguém grávido (grávido ahaha) de mim. E também não conheço ninguém que vá nascer agora. Lá porque o carpinteiro nasceu à 2005 anos numa terrinha qualquer, não quer dizer que lhe tenham de desejar feliz nascimento todos os anos. Parabéns seria mais conveniente, não é? Mas o tipo ‘tá morto e enterrado, qual e o sentido da coisa? É que nem sequer lhe desejam feliz natal a ele, é a mim! E ao resto do mundo!

No outro dia vi uma carta de natal que o meu tio escreveu aos seus parceiros comerciais sobre o menino Jesus a nascer nos nossos corações... Mas que chachada é esta? Nascer, nos nossos corações? Só se for no dele, que eu cá n ‘tou interessado numa cesariana ao coração. Ficava anos nas listas de espera para finalmente morrer com o miúdo cá dentro encravado. Deus me livre! Ele que vá nascer noutro sítio. Porque não num uterozinho bem confortável, ã?

E outra coisa... Se nós contamos os anos a partir do nascimento do carpinteiro porque é que a passagem de ano não é dia 25 de dezembro? Ou porque é que o menino não nasceu dia 1 de janeiro?
Bom de todas as maneiras o meu Natal foi assim assim. Não foi um Feliz nascimento, mas agradeço as belas intenções que nascem nos vossos corações!